domingo, 23 de abril de 2017

Fechamento de curso - O que é estar na moda quando falamos em comportamento?

Caros, todos os estudantes do curso realizaram trabalhos de pesquisa em grupo (estudo coletivo) e o fechamento nos proporcionou trocas valiosas para construção de conceito sobre as relações do comportamento com o desenvolvimento dos planos de vida e de carreira, além da importância do processo de humanização nos ambientes educacionais.

Dividimos esta publicação em três partes:
a) Pesquisa dos grupos
b) Contribuições de uma especialista em consultoria de imagem: Professora Mônica Zaher
c) Pesquisa do professor


a) Pesquisa dos grupos

1) O grupo tratou da ética e da moral em um jornal instrutivo e com apresentação para reflexões dos participantes, de maneira objetiva e clara conseguimos refletir sobre o processo ético em relação ao convívio e as atitudes diárias (esperadas) e a questão moral, com o aporte: O QUE NÃO CONSEGUIMOS CONTAR COMO FIZEMOS, TALVEZ SEJA O QUE NÃO DEVEMOS FAZER!



2) O grupo tratou da comunicação verbal e não verbal, além dos ruídos que podem prejudicar o processo e afetar as relações entre emissor e receptor, além dos demais atores envolvidos no processo. O texto exemplifica os ruídos, processos de comunicação, caminhos para o diálogo, a empatia entre outros aportes da comunicação direta e mediada.








 3) O grupo 3 tratou da BOA CONVIVÊNCIA, com reflexões sobre costumes, hábitos e regras sobre o comportamento: vestimenta, imagem (assiduidade), empatia (simplicidade, humildade), norma culta ao falar e escrever, organização, entre outro aportes que podem ser pontos de reflexão individual dispostos no texto.



4) O grupo 4 tratou das ações: convenientes, inconvenientes e da resiliência, a capacidade que temos de ceder para mediar situações que podem ser difíceis. 



5) O grupo 5 tratou sobre o que é estar na moda, de maneira reflexiva com situações simples, mas que envolvem o contexto do ir além, no sentido da adequação. Afinal o que é adequado em relação ao processo de apresentação pessoal?















6) O grupo 6 abordou as adequações que o convívio social nos exige, de maneira bastante abrangente e com pontos para reflexões bastante atuais e controversas, mas que devem sempre tomar como provocações para melhoria, ou seja, dentre o previsto no todo, o que exatamente cada um pode realizar?


T  E  M  A

AS ADEQUAÇÕES QUE O CONVÍVIO

SOCIAL NOS EXIGE




E Q U I P E :-

Edson Rilichias da Silva
Katylen Monteiro de Almeida
Leandro Orsi Brandi
Maria Elena de Oliveira Souza
Maria Filomena Morelli


                            O objetivo desta abordagem é avaliarmos de maneira simples e direta, como devemos nos comportar nos ambientes que frequentamos (especialmente o de trabalho): vestimenta, postura, cumprimento de normas, etc.

                            Assim, dividimos o assunto em três vertentes principais:

                            1) Vestimenta adequada ao mundo social e ao ambiente de trabalho;


                            2) Linguagem mais adequada (formal / informal);


                            3) Cumprimento de normas de conduta (formais, informais, costumes);

                            Assim pois, passemos a analisar os tópicos ora descritos.

                            1) Vestimenta adequada ao mundo social e ao ambiente de trabalho

                            Qual é a roupa certa para as diferentes ocasiões que se nos apresentam ao longo de nossa vida e do convívio social?

                            Ao sermos convidados para um evento, precisamos ficar atentos ao traje sugerido no convite, também chamado de “dress code” (ou, em uma tradução livre: código da roupa) ou seja, com que tipo de vestimenta deveremos nos apresentar a fim de evitarmos receber olhares “fulminantes” de desaprovação, fazendo com que nos sintamos “deslocados” do ambiente.

                            Em regra, o traje a ser utilizado vem especificado no convite. Mas, muitas vezes, precisamos utilizar nosso bom senso para escolhermos o “look” (visual) perfeito para a ocasião. Entretanto, verdade seja dita, até mesmo quando sabemos qual será o “dress code”, bate a dúvida, muito comum: o que é traje esporte, traje passeio (esporte fino / passeio informal), traje social (passeio completo / passeio formal) ou “black tie” (traje a rigor) ?

                            Em resumo, podemos definir tais vestimentas da seguinte forma:

                            a) Traje Esporte - é ideal em ocasiões que acontecem durante o período matutino ou vespertino, tais como: batizados, algumas exposições, inaugurações, aniversários mais importantes, etc.

                            b) Traje Passeio (esporte fino / passeio informal) – Traje perfeito para o teatro, almoços e vernissages (inauguração de uma exposição de artes), conferências, coquetéis e para as baladas ou para alguns restaurantes com os amigos e com o namorado(a) ou paquera.

                            c) Traje Social (passeio completo / passeio formal) – é o mais adequado para ser usado em jantares, casamentos de dia, coquetéis, óperas, concertos e grandes eventos.

                            d) Traje Black Tie (rigor) – adequado para os eventos de maior formalismo e relevância: casamentos noturnos, comemorações especiais, festas de debutantes, formaturas, recepções  etc.


                            1.2) E no ambiente de trabalho? Como funcionam as regras?

                            Primeiramente, devemos perguntar: Há alguma lei que proíba o uso de vestimentas inadequadas no ambiente de trabalho, tais como bermudas, “shorts”, decotes exagerados etc?

                            A resposta é que não existe, de fato, legislação que proíba tais vestimentas. Ocorre que toda empresa/órgão público pode regulamentar o traje adequado ao bom andamento dos serviços e ao funcionamento da empresa.

                            Pode o empregador/órgão público, impor advertências para que o empregado/funcionário use roupas que estejam de acordo com os usos e bons costumes. Também vale ressaltar que tais normas regulamentadoras não podem ser abusivas, devendo ter bom senso ao relacionar o tipo de vestimenta que será proibida, tais como: roupas transparentes, curtas, decotes, justas demais, etc.

                            No site <sindicomis.com.br>, sobre o assunto, há menção ao seguinte julgado:

“A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (Brasília), em 2006, concedeu indenização por danos morais, no valor de R$ 30 mil, a uma ex-empregada de um banco, que teria sido ofendida pelo superior hierárquico durante avaliação de desempenho. Ele declarou que ela se vestia com roupas inadequadas (justas, transparências e decote) ao ambiente profissional, o que resultou no seu rebaixamento de função. Segundo o juiz relator do processo, a decisão teria sido arbitrária e ilícita, já que a empregada nunca foi advertida quanto ao seu modo de vestir, o que deveria ter sido providenciado pelo empregador.
A decisão confirma que o empregador pode controlar a adequação da vestimenta de seus empregados ao ambiente de trabalho. Todavia, indaga-se, qual o limite desse controle?
Como é o empregador quem corre os riscos do empreendimento, entendemos, como Alice Monteiro de Barros, no livro “Proteção à Intimidade do Empregado”, que ele pode intervir na vestimenta dos seus empregados, sempre que isso for prejudicial ao bom andamento dos serviços e ao funcionamento da empresa, ou, ainda, quando avaliar que os trajes possam chocar outras pessoas.
Tal imposição, todavia, deve se revestir de um caráter de pertinência e de razoabilidade, caso contrário configurar-se-á abusivo. O empregado, por sua vez, deve usar roupas que estejam em acordo com os usos e bons costumes. Edilton Meirelles, na obra “Abuso do Direito na Relação de Emprego”, diz que o empregador não pode se intrometer nas vestimentas usadas pelo empregado, mas isso não quer dizer liberdade para comparecer ao trabalho com sunga ou biquíni, posto que o seu direito encontra limites nos bons costumes.
Dessa forma, pode o empregador, no uso de seu poder diretivo, exigir que seus empregados usem trajes compatíveis com nível de atuação empresarial. Estes, por sua vez, devem obedecer tal regra, sobretudo se constante de regulamento de pessoal. Só haverá prática abusiva de poder se o empregador exigir que os empregados usem roupas de marca, padrão ou qualidade que impliquem em despesas exageradas. Em junho de 2006, ao proferir decisão sobre o caso de um bancário que postulou ressarcimento de despesas com vestuário, a 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou que o empregador que recomenda o uso de trajes sociais de empregados não está ultrapassando os poderes de gestão e nem impondo despesas ilícitas para o empregado.
Logo, se o empregado descumpre o dever de usar vestimenta adequada, como traje social, nos casos em que isso for exigido pelo empregador, poderá ser advertido por ato de indisciplina. Essa falta é de natureza leve e, se o empregado for primário, a empresa pode apenas conversar com ele para lembrá-lo da regra de vestimenta, de observância obrigatória, alertando que, na próxima vez, será advertido formalmente. Havendo reincidência, o empregador poder aplicar advertência para evitar que outros empregados sigam o mesmo exemplo e, assim, colocar ordem no ambiente de trabalho.”

                            Glória Kallil, em seu site <chic.uol.com.br/gloria-responde/noticia/roupa-de-trabalho...>, acessado em 18.04.2017, nos ensina:

         “Pensar no que vestir para ir ao escritório requer adequação. Nada mais fora do lugar que roupas provocantes ou inadequadas em ambiente de trabalho, onde o que está em jogo são suas ideias, seu desempenho, sua eficiência…

         As pessoas têm que entender que figurino de trabalho é à parte do destinado ao lazer. É um guarda-roupa que tem características próprias, seja para quem trabalha em empresas formais ou ambientes informais”, comenta Glória Kallil. “Para ambos os casos, o que se veste para ir trabalhar é diferente do que se veste para a balada, para fazer esporte, para ir a festas ou para ficar em casa”.

         No mundo corporativo valem peças-curinga, mais discretas, bem cortadas, com tecidos tecnológicos (para que não amassem) e fibras elásticas, que são mais confortáveis.

         Para não correr o risco de errar, anote o que deve ser evitado na hora de escolher o que vestir para trabalhar.

1. Barriga de fora.
2. Roupas muito curtas.
3. Estampas berrantes.
4. Saltos altíssimos.
5. Bijuterias em excesso.
6. Penteados complicados.
7. Unhas compridas.
8. Perfumes fortes.
9. Maquiagem como se você estivesse no palco.
10. Jeans (se a empresa admite, use sempre escuros: azuis ou pretos, sem efeites ou lavagens).
11. Decotes e fendas exuberantes.
12. Transparência – e tudo que mostre a lingerie ou que se pareça com ela: tecidos rendados, alças de silicone, regatinhas molengas...”

                            Matéria muito elucidativa sobre o assunto também pudemos encontrar no site <www.cobra.pages.nom.br/bmp-vesttrab.html>, acessado em 18.04.2017, da lavra do Sr. Rubem Queiroz Cobra, o qual passamos a transcrever in totum:


“A adequação do traje de trabalho tem a ver com a atividade, com o local e o horário em que será usado. Se não for um uniforme obrigatório, segue o que se recomenda para o traje em geral: considerar a idade e o físico da pessoa, combinar com a cor dos seus cabelos e da sua pele. Mas neste caso a roupa de trabalho, sofre ainda mais alguns controles: deve guardar uma certa harmonia de nível entre os empregados no sentido de que algum deles não exceda em luxo aos colegas, e sobretudo ao chefe. Porém, não há medidas para o bom gosto. Este não depende de luxo nem precisa respeitar hierarquias.
O funcionário irá vestir-se com o cuidado de não exceder em luxo, e também não usar um padrão de roupas inferior ao da média do que usam os colegas. Não esnobar, nem ficar por baixo Porém, não há limites para o bom gosto. Este não depende de luxo nem precisa respeitar hierarquias. É uma boa idéia manter-se a roupa para uso no trabalho sempre separada das que se usará para outros fins, em casa e na rua.
Roupa-de-trabalho, mulher. No trabalho, são consideradas inadequadas para a mulher roupas que são coladas ao corpo, curtas e sem mangas, com decotes grandes ou em tecidos transparentes ou brilhantes; a blusa deve ser opaca o bastante para esconder as costuras e alças do sutiã. Tecidos grossos demais, certos conjuntos de jeans, roupa de couro ou veludo, dão aparência de ineficiência e pouco dinamismo.
São mais próprias roupas fartas, dentro do seu figurino, evitando cores baratas (preto, marrom, ou coloridos ralos, de pouca tinta), como também estamparia de desenho muito graúdo (grandes retângulos, grandes círculos, grandes folhas, etc.).
Roupa, sapatos e bolsa de cor branca devem ser evitados nos meses frios ou nos dias chuvosos.
Salvo quando a natureza do trabalho recomendar o contrário, é mais conservador e clássico o uso de saias, em vez de calças compridas. Os caprichos da última moda sempre parecem, inicialmente, extravagantes, e chocam as pessoas que não lêem revistas francesas e italianas. Por isso não é uma boa idéia para a mulher, ser muito vanguardeira em seus trajes de trabalho.
As meias compridas são um acessório importante para a elegância, desde que não sejam espessas e chamem atenção como se fossem meias ortopédicas.
Quanto a jóias e bijuterias, no trabalho é conveniente usar o mínimo em tamanho e quantidade. Brincos discretos e pequenos, cintos não muito largos, principalmente se forem de couro cru ou cadeia de metais.
Certa vez fui atendido em uma livraria pela própria dona da loja. Usava em uma das mãos um anel com uma grande pedra, e na outra um chuveiro com cinco brilhantes de meio quilate cada um. Elogiei a beleza da ametista, mas ela respondeu secamente: "É um rubi." Abstive-me de comentários sobre os brilhantes, mas pensei no quanto ela parecia ter vindo de uma grande noitada diretamente para sua livraria.
Os sapatos nunca são de plataforma alta, ou de salto muito alto; melhor que sejam delicados e de salto médio, e estejam sempre limpos, assim como a bolsa. Se a mulher tem que caminhar muito entre o local onde estaciona seu carro ou desembarca do transporte coletivo, e o local do trabalho, não precisa estragar pelas calçadas os sapatos de sua toilete. Pode utilizar um calçado robusto, adequado para a caminhada, que não prejudique muito a sua elegância, e levar em uma pequena sacola o par que usará no trabalho. Porém, usar para esse trajeto um tenis e meias brancas e curtas – um costume das americanas que chama a atenção em Nova York –, é um contraste muito desagradável de se ver.
Não é uma boa idéia para a mulher, ser muito vanguardeira em seus trajes de trabalho, e surpreender os colegas com as extravagâncias da última moda. Porém; usar roupas velhas e muito fora de moda, e sapatos deformados e sujos, é igualmente ruim.
Roupa-de-trabalho, homem. Para o homem valem recomendações bem parecidas. O uso de paletó e gravata é praticamente obrigatório como paramento da autoridade, tanto pública como privada. O modo de vestir-se de uma autoridade é sempre conservador. Os ternos são em cores escuras, listados ou não, a camisa branca, raramente azul claro, com punhos simples ou duplos, sapatos clássicos, de laço ou de fivelas, meias escuras e gravatas conservadoras. Tanto no governo quanto em empresas privadas os funcionários do alto escalão de chefia, podem usar blazer, mantendo a gravata. Em qualquer dos casos, a camisa a ser usada com o paletó é sempre de mangas compridas. O punho deve ultrapassar a ponta da manga do paletó cerca de 1 a 1,5 cm, ficando cobertas as abotoaduras ou o botão do punho da camisa. Esta, ao nível das assessorias, pode variar a cor, mantendo-se o bom gosto da combinação; os sapatos podem ser mocassins com borlas.
Fora do escalão das autoridades, públicas ou privadas, e das suas assessorias, os homens comumente usam, no máximo, paletó esporte de cor e padrão discretos, com gravata ,até apenas camisas de mangas curtas ou compridas com gravata, sem paletó.. As camisas sociais coloridas, com colarinho e punhos brancos, são um tanto pretensiosas e por isso o seu uso resvala para os limites do mau gosto, e as camisetas de barras coloridas e tenis também não são recomendaveis..
Jalecos e acessórios. Os homens usam o jaleco sobre a camisa de gola com ou sem gravata, as mulheres usam diretamente sobre o vestido ou blusa preferencialmente que tenham gola . Ao sair do ambiente de trabalho, o jaleco ou o guarda-pó deve ser despido, porque não é parte do traje social e sua função é restrita ao local da atividade. Jalecos usados em consultórios, hospitais, laboratórios e oficinas não interferem na vestimenta, exceto por dispensarem o paletó ou o blazer. 
Os suspensórios são pouco usados atualmente, e as calças vêm com alças para os cintos. Se o homem prefere manter as calças em posição com o uso de suspensórios, deve usar um cinto folgado para ocupar as alças, ou então mandar removê-las, ou encomendar calças a um alfaiate, sem esse detalhe
Os jeans nunca deixam de trair suas origens; ficam melhor para o trabalho no campo, no quintal, ou no jardim e nas oficinas. Sequer para o trabalho em um atelier de arte, um estúdio de fotografia, balcão de loja, ficam lá muito bem.
Não se usam meias claras ou brancas com sapatos escuros. As meias nunca devem ser de cano curto, pois deixam parte das pernas à vista quando o homem se senta. Sapatos engraxados – não se deve dar chance a alguém de saber de onde o outro vem, pelo barro nos seus sapatos –, roupas limpas e passadas, sem manchas, rasgos ou falta de botões, é um mandamento básico.
Comportamento no ambiente de trabalho:

BOAS MANEIRAS NO ESCRITÓRIO
Todos os aspectos do comportamento humano têm importância para a etiqueta. As normas da polidez não foram feitas para consumo exclusivo dos amigos, ou do relacionamento social em festas e reuniões. Por isso existem regras de boas maneiras regendo todo o ciclo de nossas vidas.

Se costumamos ser sempre bem-educados, por que os esforços nesse sentido cessariam nos escritórios? Apenas porque os homens estão entre os seus iguais? Ou porque a linha de conduta no trabalho faz parte de um sistema imutável e automatizado? Um sistema no qual homens e mulheres são apenas funcionários-máquinas, contratados para cumprirem determinado tipo de trabalho, sem tempo para perder com cortesia e amabilidades? Mas este é o tipo do conceito falso. Atualmente, o trabalho passou a ser fator essencial não só de sobrevivência, como de realização para homens e mulheres. Nessas circunstâncias, o comportamento nos setores profissionais tornou-se fundamental. O próprio sucesso chega a depender dele.

NORMAS PARA OS FUNCIONÁRIOS

- O cumprimento é obrigatório tanto ao chegar quanto ao sair do seu local de trabalho. Cumprimentar não quer dizer iniciar uma conversação. Um bom-dia dito num tom agradável e atencioso é mais do que suficiente para começar o seu dia de trabalho. Peça aos colegas notícias de suas famílias, mas evite as questões indiscretas.

- Evite falar dos seus problemas pessoais no escritório. Quando precisar faltar, ou tiver faltado, não invente doenças ou lutos, nem muito menos entre em confidências e detalhes sobre os seus planos para tal ou tal dia. Explique-se corretamente com o seu superior. Ele entenderá. Uma regra sobre toda: vida no escritório e a vida privada de cada um  nada têm em comum. São inteiramente distintas e assim devem continuar.

- Prestar um serviço ou trocar amabilidades não nos torna íntimos, mas bem-educados. Pode-se ser polido e cordial sem perder a noção da distância entre superiores, inferiores e até entre iguais. Aliás, a posição ideal é de respeito mútuo. Uma atitude clara e franca entre os colegas dos dois sexos evita equívocos futuros.

- Procure ser pontual, atencioso e cordial. Não deixe passar as ocasiões de prestar pequenos serviços. A reciprocidade será uma conseqüência.

- Vista-se com discreta elegância. Sem exagero, mas sem desleixo. Se a apresentação pessoal é importante para você, o é muito mais para a organização onde trabalha.

- A discrição é a palavra de ordem, quer nas conversas surpreendidas involuntariamente, quer na correspondência de que é obrigado a tomar conhecimento, ou nos diálogos telefônicos, assuntos confidenciais etc.

- Não impeça os outros de trabalhar sob o pretexto de contar o filme visto na noite anterior, ou os seus projetos para o fim de semana.

- Não precisa levantar-se para os diversos chefes de seção que passam por sua mesa, a menos que se trate de um chefe na pessoa de uma senhora mais velha. Mas se é o diretor que se aproxima de sua mesa para transmitir-lhe uma ordem ou uma recomendação, não fique sentado como se fosse o seu superior. Levante-se e permaneça de pé, desde que não tenha uma cadeira para oferecer-lhe.

- Estando em desacordo com o seu superior, se a razão estiver do seu lado, não ceda por comodismo, ou por medo. Mantenha a sua posição, embora procurando não forçar a situação.

- Não adquira o hábito detestável de reclamar por tudo e por nada, nem muito menos faça comentários desagradáveis sobre a firma na qual trabalha e sobre o seu chefe, nem discuta as ordens recebidas. E não se irrite, nem se chateie por um simples não, ou por uma exigência a mais de trabalho. Não seja mal-humorado e procure tratar bem a todos para se tornar simpático e, em conseqüência, receber igual tratamento. É da tolerância e das boas maneiras que depende, além dos seus contatos com os colegas, a boa impressão que causará aos seus superiores, clientes e visitantes.

- Ao telefone, trate todos com igual cortesia, prestando as informações pedidas com clareza, sem demora e com entonação de voz agradá¬vel. Não faça os clientes esperarem sem um bom motivo e sem fornecer-lhes uma explicação razoável para a demora. E não remeta o cli
ente de uma seção para outra só porque decidiu que ele é um chato. E, sobretudo, quando o cliente se apresentar no escritório; no banco, ou na loja, por favor, abandone por um momento suas atividades ou o seu bate-papo com os colegas e dê prioridade ao atendimento do cliente. O papo ou o pequeno serviço de que se ocupava podem esperar um pouco.

OBSERVAÇÃO

Seria aconselhável que o(a) funcionário(a) desistisse, de uma vez por todas, de se colocar em oposição sistemática ao seu superior. Se permanecer nessa atitude negativa, tanto um como o outro estarão condenados a um fracasso que atingirá ambos. As boas maneiras, que não são outra coisa senão o respeito entre superiores e inferiores, são também o reconhecimento das funções de ambos. É um acordo para uma participação comum num trabalho coletivo do qual depende o sucesso de todos.
SE VOCÊ É O CHEFE

Ao chegar ao seu escritório não atravesse as salas, nem entre na sua própria sem cumprimentar a todos que for encontrando. E, por favor, não obrigue os funcionários a sentirem as diferenças de hierarquia, de situação material, ou de posição social. Há dificuldades suficientes na rotina das horas de trabalho em comum. Aceite cada um com as suas peculiaridades de comportamento, desde que os trabalhos corram satisfatoriamente. Não reclame o tempo todo e não conteste por hábito. Não demonstre o seu descontentamento com o andamento dos serviços usando como arma a ironia. Se houver necessidade de chamar a atenção, faça-o com respeito pela dignidade humana. Será uma chance a seu favor para resolver os desacertos e conquistar a estima de todos. A indecisão, as insinuações e a arrogância corroem a autoridade e projetam uma imagem medíocre e desfavorável de sua pessoa.

Por outro lado, nem a sua pressa, nem o seu cansaço, ou a sua posição superior devem impedi-lo de concluir o seu dia com uma palavra de estímulo para aqueles que o ajudaram a executar o seu trabalho.

Concluindo, qualquer que seja o seu lugar na administração pública, ou privada, hão force suas atitudes. Mantenha uma posição firme e coerente, porém compreensiva e calma (se possível). E, ao dar suas ordens, procure ser objetivo e claro sem impor suas determinações, ou os seus pontos de vista exclusivamente pessoais. Reconhecer os próprios enganos e aceitar sugestões é uma prova de inteligência. E que Deus ajude!”
                            Assim, pudemos constatar que essas regras devem ser seguidas para proporcionar a todos o bom e produtivo ambiente de trabalho.

                            2) Linguagem mais adequada (formal / informal):

                            Com a família e os amigos usamos uma linguagem mais descontraída, ou seja, uma linguagem informal ( também chamada coloquial). Com superiores hierárquicos usamos uma linguagem mais cuidada, ou seja, uma linguagem formal. Assim, podemos concluir que diferentes contextos sociais e comunicativos exigem diferentes linguagens.

                            Existe ainda, a linguagem mais “técnica”, ou seja, aquela utilizada especificamente por especialistas nos mais diversos  ramos de atividade, tais como: medicina, direito, economia, aviação, militar, etc.

                            É essencial que o falante saiba adequar o seu discurso aos diferentes contextos comunicativos, principalmente para garantir uma adequação linguística em contextos profissionais e acadêmicos.

Linguagem formal

                            A linguagem formal pode ser nomeada também de registro formal. É usada quando não há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações que requerem uma maior seriedade.

Características da linguagem formal:

Utilização rigorosa das normas gramaticais (norma culta);
Pronúncia clara e correta das palavras;
Utilização de vocabulário rico e diversificado;
Registro cuidado, prestigiado, complexo e erudito.

Situações de uso da linguagem formal:

Em discursos públicos ou políticos;
Em salas de aula, conferências, palestras, seminários, etc.;
Em exames e concursos públicos;
Em reuniões de trabalho e entrevista de emprego;
Em documentos oficiais, cartas, requerimentos, etc.

Público-alvo da linguagem formal:

Superiores hierárquicos;
Autoridades religiosas, oficiais, políticas, etc;
Público alargado;
Público desconhecido.

Linguagem informal

                            A linguagem informal pode ser nomeada também de registro informal. É usada quando há familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas.

Características da linguagem informal:

Despreocupação relativamente ao uso de normas gramaticais;
Utilização de vocabulário simples, expressões populares e coloquialismos;
Utilização de gírias, palavrões, palavras inventadas, onomatopeias, gestos, etc;
Uso de palavras abreviadas ou contraídas: cê, pra, tá, etc;
Sujeita a variações regionais, culturais e sociais;
Registro espontâneo e pouco prestigiado, por vezes incorreto e desleixado.

Situações de uso da linguagem informal:

Conversas cotidianas;
Mensagens de celular;
Chat na Internet, etc.

Público-alvo da linguagem informal:

Familiares;
Amigos;
Colegas de trabalho, quando em momentos de descontração, etc.

Linguagem Técnica


                            A linguagem técnica é utilizada por especialistas e/ou profissionais que, diante das especificidades das áreas de atuação, necessitam utilizar o linguajar técnico adequado para “padronização” do entendimento entre eles, eliminando riscos de interpretação inadequada e/ou distorcida.

                            Muitas vezes, o “leigo” não tem a plena compreensão do significado da linguagem técnica e pode interpretá-la de modo inadequado. Por exemplo, quando no Direito se diz que um juiz é “incompetente”, não se trata de ofensa. O sentido não é o literal (de incapaz, inapto), mas sim, tecnicamente que “não compete a ele atuar” em tal causa por um ou outro impedimento legal.

                            Esta linguagem é, essencialmente, uma linguagem de uso PROFISSIONAL, destinada a um público técnico especializado.


                            3) Cumprimento de normas de conduta (formais, informais, costumes):


                            A importância do cumprimento de normas de conduta, quer sejam formais, informais e relativa aos costumes, é a de preservar a boa convivência social e profissional.

                            Ora, não seria falta de “educação” e, mesmo, de companheirismo o não cumprimento de horários? Claro que sim.

                            Quando deixamos de cumprir, por exemplo, o horário para início de uma reunião, estamos desrespeitando os demais colegas que se esforçaram para chegar no momento certo. É lógico que existem situações excepcionais que podem vir a justificar um atraso, mas são elas minoria.

                            Quantas vezes, como no exemplo acima, nós mesmos já presenciamos que, após 10 ou 15 minutos do início de uma reunião, chega algum “retardatário” (às vezes, sempre o mesmo…), e o que já foi dito e discutido, tem que ser novamente reapresentado. Isso causa prejuízo a todos os envolvidos e descontentamento para com aqueles que não cumpriram suas obrigações.

                            É necessário sempre pensarmos no coletivo e, quanto nossa atitude “individual” afeta o “todo”.

                            São pequenas ações do dia-a-dia que nos levam a criar ambiente de trabalho melhores. O mesmo se aplica em nossas relações familiares e com os amigos.

                            Hoje não se admite mais que uma empresa ou o Poder Público deixem de cumprir regras. Isso afeta diretamente a gestão e pode criar passivos para o futuro.

                            A questão que se coloca dentre outras por exemplo, é qual a importância de se ter uma empresa/órgão público legalmente correto e juridicamente saudável e que custo pode ser pago por uma postura negligente nesse sentido por parte de seus funcionários/servidores.

                            Estar juridicamente saudável é cumprir obrigações jurídicas, exercendo direitos também dentro da legalidade. Não se trata de aceitar passivamente imposições, ainda que com base legal, quando estas contrariarem princípios jurídicos e constitucionais consagrados.
        
                            A maior dificuldade no controle da saúde jurídica/institucional de uma empresa ou órgão público reside no fato, aparentemente óbvio, de que as mesmas são formadas por pessoas. E, são essas pessoas que praticam as ações do dia-a-dia.

                            Uma corporação, empresa ou órgão público pode ser rigorosa no cumprimento de suas obrigações a ainda assim se ver envolvida em problemas por ações isoladas de empregados, funcionários, fornecedores ou colaboradores.
                            Problemas que representam não somente um custo direto, mas muitas vezes danos à imagem, com todos os efeitos daí decorrentes: queda no valor das ações, antipatia do mercado consumidor, investidores e órgãos públicos, antipatia por parte dos usuários dos serviços públicos, etc.

                            Uma empresa ou órgão público com responsabilidade ambiental rígida, por exemplo, pode ter problemas porque um único empregado deixou de cumprir normas internas que já conhecia, gerando com isso a possibilidade de multa/punição ao Poder Público respectivo.

                            Um servidor que atenda mal a um cidadão/contribuinte, o ofenda ou negligencie, pode gerar um passivo relativo a eventual ação indenizatória.

                            Em algumas empresas e também em setores públicos, equipes de trabalho cumprem metas de negócios previamente estabelecidas. No entanto, às vezes estão, na verdade, implantando verdadeiras bombas-relógio na estrutura da corporação pois, entre atingir uma meta de curto prazo e respeitar normas internas/legais (que às vezes não são devidamente absolvidas por quem não tem uma visão mais ampla do negócio/poder público), pode-se tomar uma má decisão e deixar a corporação/órgão público em situação delicada. É o caso, por exemplo, de prescindir-se de realizar uma licitação para dar mais “celeridade” a determinada obra/serviço...
                           
                            Assim, fazer do cumprimento das normas/regras de conduta uma meta tão importante quanto faturamento para as empresas e bom atendimento para a população (serviços públicos)  são elementos que devem ser incorporados à cultura de empresas e do órgãos públicos.

                            O ideal é que periodicamente procedimentos internos sejam reavaliados, porque normas e pessoas mudam a cada dia e, há a necessidade conscientização dos funcionários/empregados para a observância de atualização/alteração de normas legais, morais, culturais no dia-a-dia do serviço público ou das empresas.

                            Mesmo o cumprimento de normas informais deve ser perseguido, bem como o, deve-se preservar o respeito aos costumes, a fim de que se evitem conflitos internos entre funcionários (e desgastes desnecessários na própria equipe), bem como, não ocorram contendas com o público em geral.

                            Em linhas gerais, se existem normas de conduta, elas existem por razões diversas e foram construídas ao longo do desenvolvimento de nossa sociedade. Não estão por aí por mero “acaso” e devem sempre ser consideradas.


7) O grupo 7 nos presenteou com uma apresentação teatral: situação de comportamental em que um profissional da secretaria, mesmo com razão acaba destratando a mãe e a aluna, depois, a mesma situação com o tratamento adequado. Mostrando como podemos executar o correto sem perder o norte do bom atendimento, e da empatia.




8) O grupo 8 realizou reflexões sobre o bom comportamento, principalmente no ambiente de trabalho, em breve será publicado.

9) O grupo 9 realizou uma dinâmica com o objetivo de trabalho coletivo em prol da colaboração e não da competição. Outro ponto da dinâmica é a questão da escuta e da reflexão sobre seu entendimento. De maneira prática, sintetizou muito do que discutimos durante os dois encontros.

O pedido era para que os participantes tentassem manter seus balões cheios para ganharem um prêmio, e não foi dado o comando para estourarem os balões dos colegas: vamos observar o que ocorreu.





b) Contribuições de uma especialista em consultoria de imagem: Professora Mônica Zaher

O texto cedido gentilmente pela autora, auxiliará no momento de ampliação dos estudantes em relação ao que discutimos, ao que pesquisaram e as demais teorias apresentadas pelo professor.



































c) Pesquisa do professor

O que é estar na moda quando falamos de comportamento?
A equipe técnica de Lençóis Paulista aceitou o convite para reflexão e certamente estiveram na moda quando o assunto é estudo coletivo. Em dois encontros de quatro horas/aula cada refletimos sobre os comportamentos sociais que nos chocam na atualidade em diversas situações e ambientes. Muitas vivências foram apresentadas como exemplos de mudanças e de ações que devemos valorizar, mas a reflexão para a autorrealização e para a composição de planos de vida coerentes culminam no significado do comportamento, ou seja, as adequações para melhor percorremos os caminhos do dia a dia para o alcance de objetivos maiores.
Neste contexto, a abordagem das habilidades e competências no século XXI podem auxiliar na composição de conceito sobre as metodologias que podemos utilizar no sentido de construção de pensamentos e atitudes pertinentes.
De fato, saber pensar aplica-se a todos os conteúdos, enquanto não parece ser conteúdo. Essa visão é inadequada, quando interpõe dicotomia, já que, na prática, conteúdos e habilidades fazem parte de um todo só, por mais que distinções lógicas sempre caibam. Quando alguém oferece um curso de “saber pensar” ou coisa parecida, toma o saber pensar como “conteúdo”, assim como quem elabora livros sobre metodologia científica toma-a como conteúdo. (DEMO, 2012, p. 8)
Posto isso, relaciono o conteúdo de nosso curso com o “saber pensar” em relação às situações comportamentais e o foco nos objetivos maiores, estes, relacionados com o plano de vida e os aportes de autorrealização, como veremos adiante. Os pontos relacionados aos objetivos de estudo foram solicitados aos alunos por meio de pesquisa, desta forma solicitaram o pensamento individual e coletivo, bem como a sistematização destes produtos para a apresentação aos colegas no dia de fechamento do curso.
A intenção de confronto com a prática para o levantamento de hipóteses dentro de cada especificidade de atuação dos profissionais envolvidos e suas rotinas na secretaria de educação e nas unidades escolares, ou seja, a função didática do confronto com suas realidades, com os fatos que vivenciaram e outros tantos que virão. O estudo como fonte de descoberta e de reflexão, e não como ato mecânico de regras ditadas em cartilha, pois a prática contribui intencionalmente para o desenvolvimento de habilidade, enquanto apresentações de teorias de maneira expositiva podem atingir habilidades básicas.
A reconstrução de hipóteses de trabalho não é somente uma lide teórica, pois é influenciada decisivamente pela prática. Tomamos, assim, “saber pensar” como habilidade/competência de analisar e mudar a realidade. Analisar teoricamente tem apenas uma precedência lógica: para mudar é preciso saber do que se trata. (DEMO, 2012, p. 11)
Portanto, a habilidade desejada neste curso é o hábito do estudo/reflexivo por meio de um propósito: a publicação perante os colegas de trabalho, além do importante aporte de fazer/coletivo, ou seja, aprender a construir com o outro, neste processo e como fonte para processos futuros. Tomando, como suposto, a dificuldade deste comportamento em relação ao fazer/profissional na atualidade, em contextos como: atendimento nas secretarias escolares, aos pares na secretaria de educação e o fazer entre departamentos específicos. Também no contexto de vida em sociedade, no cotidiano dos lares, atividades de lazer e outros espaços públicos.
No entanto, pode-se entender bem a ideia de aprender a aprender como habilidade, quando associada à aprendizagem permanente e ao manejo de conteúdos não restrito à memorização, mas implicando igualmente a capacidade de manter-se aprendendo sempre (renovar os conteúdos). (DEMO, 2012, p. 12)
DEMO (2012) classifica de factotum (do latim, faz tudo), como aquela figura que alguém procura em um condomínio para resolver todos, ou quase todos os problemas: fato que podemos, talvez, associar ao fazer de um secretario no ambiente escolar. No entanto, além do encaminhamento da pró-atividade, tomamos como base de experiência a assertividade de divisão das decisões e das ações, ou seja, há pertinência em dividir com os colegas atendimentos no ambiente escolar, principalmente quando envolvem situações fora do contexto da normalidade: comportamentais e disciplinares. Justificando o estudo coletivo, os mementos de especialização são tratamentos necessário, e não exclusivos, que contribuem para a melhoria do desempenho profissional, e talvez, do desempenho para o atingimento de metas pessoais maiores.
Um factotum pode melhorar muito ao fazer um curso pertinente de mecânica, ou algo similar, assim como um violinista nato pode abrilhantar ainda mais sua performance ao tornar-se expert em seu ramo. (DEMO, 2012, p. 14)
Longe de descartarmos a necessidade da educação formal, os momentos de estudo continuado são relatados por DEMO (2012) como a capacidade de desconstruir e reconstruir em constantes renovações de habilidades e competências. O que o autor chama de aprendizagem permanente: sem previsão de conclusão, mas com intenção de construções permanentes e ligadas ao “saber pensar”.
Quando nos aproximamos do objeto “comportamento” o autor destaca as habilidades pessoais, tal como as de comunicação, autorrealização e a espiritualidade.
Entre as habilidades pessoais contam-se também as de comunicação (apresentar-se, verbalizar pretensões, comunicar-se com linguagem adequada, entender informação e comunicação), autorrealização (formulação e prática de projeto próprio de desenvolvimento pessoal e social), espiritualidade (expressão mais complexa e completa de mente e corpo, sem aderir necessariamente a religiões especificas). (DEMO, 2012, p.21)
Muito do que foi pesquisado pelos estudantes convergem com as ideias do autor, inclusive as demais competências como a política, a persuasiva, a ideológica entre outras, porém o importante é a construção deste processo por meio de caminhos individuais e coletivos, ou seja, como o comportamento auxilia na busca por objetivos maiores e como podem refletir de maneira positiva ou negativa neste caminho. Na implicação de novas formas de comunicação, comportamentos e maneiras de atuação social, as pesquisas apresentadas, também foram diversificadas em produtos apresentados: teatro, cartazes, textos, apresentações, vídeos, blogues e dinâmicas.
[...] a começar pela necessidade de superar o modelo tradicional relativo ao texto impresso em favor de textos mais voltados para a imagem, em especial animada. (KRESS; LEEUWEN, 2005 apud DEMO, 2012, p. 29).
No tocante ao processo de autorrealização refletimos sobre MASLOW (1970), com base na “Hierarquia das Necessiades Humanas” e nos processos de latência destas necessidades: fisiológica, segurança, sociais, autoconfiança e, por fim, a autorrealização. Estabelecemos relação entre a existência de cada necessidade ao longo da vida, e por consequência da evidente latência de cada uma delas em fases diferentes da vida. Neste contexto, abordamos o sentido de plenitude, de alcance de patamares desejados em relação à muitos planos pessoais e sociais, como por exemplo: profissional, familiar, financeiro e cultural. Entendemos o processo de construção dos caminhos para a autorrealização, não como plenitude, mas como parte dela, ou seja, como processos de conquistas, as quais, talvez se sobreponham. Por fim, o importante, ponto de reflexão sobre a importância do comportamento em relação à condição para o processo que se objetiva, tanto no campo individual, como o no campo coletivo, pois o fazer coletivo, as regras, os pré-requisitos para o convívio e os padrões de comunicação serão, acreditamos que sempre, solicitados.
Portanto, entendemos a necessidade das qualidades humanas tanto em relação à razão (pensamento), quanto em relação às emoções e nos contextos de individualidade e convivência. PÉREZ GÓMEZ (2015) trata da capacidade de aprender, desaprender e voltar a aprender, e ainda a capacidade de evitar separar as emoções como forma de racionalidade, de controle. A empatia também é tratada pelo autor, assim como tratamos durante o curso, e talvez não como forma de literalmente se colocar no lugar do outro, mas de tentar compreender e imaginar o que se passa com o outro em diversas situações.
Aprender, desaprender e voltar a aprender, evitar a separação das emoções e da razão, atender o território do inconsciente, sondar o vazio do desconhecido, ou seja, para facilitar a educação do indivíduo completo requer, obviamente, uma nova racionalidade para a escola. Uma racionalidade mais profunda e complexa, que saiba tirar proveito dos novos conhecimentos sobre o funcionamento do cérebro como instância, em grande parte, inconsciente, emocional, “incorporada”, que é movida principalmente pela empatia, com representações não objetivas e universais, mas metafóricas, analógicas e narrativas, que funciona longe da relação consciente-inconsciente, em permanente diálogo entre o córtex “reflexivo” (pensamento) e a amígdala “reflexa” (emoções). (PÉREZ GÓMEZ, 2015, p. 71)
Outros pontos importantes, segundo o autor, são relacionados ao processo que favorecem a empatia, entendem a ligação de razão e emoção de maneira indissociável, cuidem das construções sociais em relação aos conceitos, ideologias e crenças, das interações e seus hábitos de tomada de consciência e a aprendizagem como processo contínuo. Posto isso, entendemos o exercício de construção coletiva com liberdade de pesquisa, ao menos em sua forma, como necessidade de estudo e não mais como possiblidade apenas, pois nestas ações haverá suposta presença de todas as vertentes da empatia, das emoções e do relacionamento de conceitos, ideologias e crenças, as quais, devem ser postas em processos de adequação, neste momento, para o alcance de um objetivo.
Retomando o pensamento da autorrealização, e para além do estudo sobre o comportamento, tratamos dos projetos de vida e das competências como forma de ir ao encontro de tais objetivos projetados. DEMO (2012) trata das habilidades e suas mutações contemporâneas, ou mesmo desde sempre, pois dependem de contextos sociais, da vida cotidiana, MASLOW (1970) elenca o querer como ponto de necessidade e também destaca as necessidades de convívio social e PÉREZ GÓMEZ (2015) atende as mutações das habilidades e busca a competência em sentido complexo, envolvendo os sentimentos, técnicas, valores éticos, conhecimento teórico e o pensamento.
Estamos cercados de informações, de muita informação, de tal forma que necessitamos trata-las de maneira adequada, com os tempos de entendimento para o pensamento prévio da ação.  PÉREZ GÓMEZ (2015) destaca não só a informação, mas uma série de ações: utilizar o conhecimento de forma crítica e criativa, aprender a viver em grupos humanos cada vez mais heterogêneos, atuar com respeito, compreensão e empatia, a cooperação e o trabalho em grupo, o compromisso com a ética, a política e a justiça social, a capacidade de pensar, viver e agir com autonomia, conhecer a si mesmo, entre outras habilidades e competências que merecem maior leitura e novos momentos de estudo. No entanto, estudamos sobre a “construção do próprio projeto de vida” (PÉREZ GÓMEZ, p. 90-91) e isso converge com todos os aspectos maiores de nossas intenções, pois se para alcançar meus objetivos maiores (autorrealização) necessito da vida em sociedade, logo, minhas ações refletirão diretamente nas facilidades, dificuldades, oportunidades e impossibilidades de caminho para tal. Portanto, uma questão para reflexão constante.

Referências Bibliográficas

DEMO, Pedro. Habilidades e competências no século XXI. 3ª Ed. Editora Mediação. Porto Alegre, 2012.
MASLOW, Abraham H. Motivation and personality. 2ª Ed. Harper and Row. New York, 1970.

PÉREZ GÓMEZ, Ángel I. Educação na era digital: a escola educativa. Editora Penso. Porto Alegre, 2015.


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