Dividimos esta publicação em três partes:
a) Pesquisa dos grupos
b) Contribuições de uma especialista em consultoria de imagem: Professora Mônica Zaher
c) Pesquisa do professor
a) Pesquisa dos grupos
1) O grupo tratou da ética e da moral em um jornal instrutivo e com apresentação para reflexões dos participantes, de maneira objetiva e clara conseguimos refletir sobre o processo ético em relação ao convívio e as atitudes diárias (esperadas) e a questão moral, com o aporte: O QUE NÃO CONSEGUIMOS CONTAR COMO FIZEMOS, TALVEZ SEJA O QUE NÃO DEVEMOS FAZER!
2) O grupo tratou da comunicação verbal e não verbal, além dos ruídos que podem prejudicar o processo e afetar as relações entre emissor e receptor, além dos demais atores envolvidos no processo. O texto exemplifica os ruídos, processos de comunicação, caminhos para o diálogo, a empatia entre outros aportes da comunicação direta e mediada.
3) O grupo 3 tratou da BOA CONVIVÊNCIA, com reflexões sobre costumes, hábitos e regras sobre o comportamento: vestimenta, imagem (assiduidade), empatia (simplicidade, humildade), norma culta ao falar e escrever, organização, entre outro aportes que podem ser pontos de reflexão individual dispostos no texto.
4) O grupo 4 tratou das ações: convenientes, inconvenientes e da resiliência, a capacidade que temos de ceder para mediar situações que podem ser difíceis.
5) O grupo 5 tratou sobre o que é estar na moda, de maneira reflexiva com situações simples, mas que envolvem o contexto do ir além, no sentido da adequação. Afinal o que é adequado em relação ao processo de apresentação pessoal?
6) O grupo 6 abordou as adequações que o convívio social nos exige, de maneira bastante abrangente e com pontos para reflexões bastante atuais e controversas, mas que devem sempre tomar como provocações para melhoria, ou seja, dentre o previsto no todo, o que exatamente cada um pode realizar?
T E M A
AS
ADEQUAÇÕES QUE O CONVÍVIO
SOCIAL
NOS EXIGE
E Q U I P E :-
• Edson Rilichias da Silva
• Katylen Monteiro de Almeida
• Leandro Orsi Brandi
• Maria Elena de Oliveira Souza
• Maria Filomena Morelli
O objetivo desta abordagem é avaliarmos de maneira simples e direta,
como devemos nos comportar nos ambientes que frequentamos (especialmente o de
trabalho): vestimenta, postura, cumprimento de normas, etc.
Assim,
dividimos o assunto em três vertentes principais:
1)
Vestimenta adequada ao mundo social e ao ambiente de trabalho;
2)
Linguagem mais adequada (formal / informal);
3)
Cumprimento de normas de conduta (formais, informais, costumes);
Assim
pois, passemos a analisar os tópicos ora descritos.
1)
Vestimenta adequada ao mundo social e ao ambiente de trabalho
Qual
é a roupa certa para as diferentes ocasiões que se nos apresentam ao longo de
nossa vida e do convívio social?
Ao
sermos convidados para um evento, precisamos ficar atentos ao traje sugerido no
convite, também chamado de “dress code” (ou, em uma tradução livre: código da
roupa) ou seja, com que tipo de vestimenta deveremos nos apresentar a fim de
evitarmos receber olhares “fulminantes” de desaprovação, fazendo com que nos
sintamos “deslocados” do ambiente.
Em
regra, o traje a ser utilizado vem especificado no convite. Mas, muitas vezes,
precisamos utilizar nosso bom senso para escolhermos o “look” (visual) perfeito
para a ocasião. Entretanto, verdade seja dita, até mesmo quando sabemos qual
será o “dress code”, bate a dúvida, muito comum: o que é traje esporte, traje
passeio (esporte fino / passeio informal), traje social (passeio completo /
passeio formal) ou “black tie” (traje a rigor) ?
Em
resumo, podemos definir tais vestimentas da seguinte forma:
a)
Traje Esporte - é ideal em ocasiões que acontecem durante o período
matutino ou vespertino, tais como: batizados, algumas exposições, inaugurações,
aniversários mais importantes, etc.
b)
Traje Passeio (esporte fino / passeio informal) – Traje perfeito para o teatro, almoços e vernissages (inauguração de
uma exposição de artes), conferências, coquetéis e para as baladas ou para
alguns restaurantes com os amigos e com o namorado(a) ou paquera.
c)
Traje Social (passeio completo / passeio formal) – é o mais adequado para
ser usado em jantares, casamentos de dia, coquetéis, óperas, concertos e
grandes eventos.
d)
Traje Black Tie (rigor) – adequado para os eventos de maior formalismo e
relevância: casamentos noturnos, comemorações especiais, festas de debutantes,
formaturas, recepções etc.
1.2)
E no ambiente de trabalho? Como funcionam as regras?
Primeiramente, devemos perguntar: Há alguma lei que proíba o uso de
vestimentas inadequadas no ambiente de trabalho, tais como bermudas, “shorts”,
decotes exagerados etc?
A
resposta é que não existe, de fato, legislação que proíba tais vestimentas.
Ocorre que toda empresa/órgão público pode regulamentar o traje adequado ao bom
andamento dos serviços e ao funcionamento da empresa.
Pode
o empregador/órgão público, impor advertências para que o empregado/funcionário
use roupas que estejam de acordo com os usos e bons costumes. Também vale
ressaltar que tais normas regulamentadoras não podem ser abusivas, devendo ter
bom senso ao relacionar o tipo de vestimenta que será proibida, tais como:
roupas transparentes, curtas, decotes, justas demais, etc.
No
site <sindicomis.com.br>, sobre o assunto, há menção ao seguinte julgado:
“A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª
Região (Brasília), em 2006, concedeu indenização por danos morais, no valor de
R$ 30 mil, a uma ex-empregada de um banco, que teria sido ofendida pelo
superior hierárquico durante avaliação de desempenho. Ele declarou que ela se
vestia com roupas inadequadas (justas, transparências e decote) ao ambiente
profissional, o que resultou no seu rebaixamento de função. Segundo o juiz
relator do processo, a decisão teria sido arbitrária e ilícita, já que a
empregada nunca foi advertida quanto ao seu modo de vestir, o que deveria ter
sido providenciado pelo empregador.
A decisão confirma que o empregador pode controlar a
adequação da vestimenta de seus empregados ao ambiente de trabalho. Todavia,
indaga-se, qual o limite desse controle?
Como é o empregador quem corre os riscos do
empreendimento, entendemos, como Alice Monteiro de Barros, no livro “Proteção à
Intimidade do Empregado”, que ele pode intervir na vestimenta dos seus
empregados, sempre que isso for prejudicial ao bom andamento dos serviços e ao
funcionamento da empresa, ou, ainda, quando avaliar que os trajes possam chocar
outras pessoas.
Tal imposição, todavia, deve se revestir de um caráter de
pertinência e de razoabilidade, caso contrário configurar-se-á abusivo. O
empregado, por sua vez, deve usar roupas que estejam em acordo com os usos e
bons costumes. Edilton Meirelles, na obra “Abuso do Direito na Relação de
Emprego”, diz que o empregador não pode se intrometer nas vestimentas usadas pelo
empregado, mas isso não quer dizer liberdade para comparecer ao trabalho com
sunga ou biquíni, posto que o seu direito encontra limites nos bons costumes.
Dessa forma, pode o empregador, no uso de seu poder
diretivo, exigir que seus empregados usem trajes compatíveis com nível de
atuação empresarial. Estes, por sua vez, devem obedecer tal regra, sobretudo se
constante de regulamento de pessoal. Só haverá prática abusiva de poder se o
empregador exigir que os empregados usem roupas de marca, padrão ou qualidade
que impliquem em despesas exageradas. Em junho de 2006, ao proferir decisão
sobre o caso de um bancário que postulou ressarcimento de despesas com
vestuário, a 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou que o
empregador que recomenda o uso de trajes sociais de empregados não está
ultrapassando os poderes de gestão e nem impondo despesas ilícitas para o
empregado.
Logo, se o
empregado descumpre o dever de usar vestimenta adequada, como traje social, nos
casos em que isso for exigido pelo empregador, poderá ser advertido por ato de
indisciplina. Essa falta é de natureza leve e, se o empregado for primário, a
empresa pode apenas conversar com ele para lembrá-lo da regra de vestimenta, de
observância obrigatória, alertando que, na próxima vez, será advertido
formalmente. Havendo reincidência, o empregador poder aplicar advertência para
evitar que outros empregados sigam o mesmo exemplo e, assim, colocar ordem no
ambiente de trabalho.”
Glória
Kallil, em seu site <chic.uol.com.br/gloria-responde/noticia/roupa-de-trabalho...>,
acessado em 18.04.2017, nos ensina:
“Pensar no que vestir para ir ao
escritório requer adequação. Nada mais fora do lugar que roupas provocantes ou
inadequadas em ambiente de trabalho, onde o que está em jogo são suas ideias,
seu desempenho, sua eficiência…
As pessoas têm que entender que
figurino de trabalho é à parte do destinado ao lazer. É um guarda-roupa que tem
características próprias, seja para quem trabalha em empresas formais ou
ambientes informais”, comenta Glória Kallil. “Para ambos os casos, o que se
veste para ir trabalhar é diferente do que se veste para a balada, para fazer
esporte, para ir a festas ou para ficar em casa”.
No mundo corporativo valem
peças-curinga, mais discretas, bem cortadas, com tecidos tecnológicos (para que
não amassem) e fibras elásticas, que são mais confortáveis.
Para não correr o risco de errar, anote
o que deve ser evitado na hora de escolher o que vestir para trabalhar.
1. Barriga de
fora.
2. Roupas
muito curtas.
3. Estampas
berrantes.
4. Saltos
altíssimos.
5. Bijuterias
em excesso.
6. Penteados
complicados.
7. Unhas
compridas.
8. Perfumes
fortes.
9. Maquiagem
como se você estivesse no palco.
10. Jeans (se
a empresa admite, use sempre escuros: azuis ou pretos, sem efeites ou lavagens).
11. Decotes e
fendas exuberantes.
12.
Transparência – e tudo que mostre a lingerie ou que se pareça com ela: tecidos
rendados, alças de silicone, regatinhas molengas...”
Matéria
muito elucidativa sobre o assunto também pudemos encontrar no site <www.cobra.pages.nom.br/bmp-vesttrab.html>,
acessado em 18.04.2017, da lavra do Sr. Rubem Queiroz Cobra, o qual passamos a
transcrever in totum:
“A adequação
do traje de trabalho tem a ver com a atividade, com o local e o horário em que
será usado. Se não for um uniforme obrigatório, segue o que se recomenda para o
traje em geral: considerar a idade e o físico da pessoa, combinar com a cor dos
seus cabelos e da sua pele. Mas neste caso a roupa de trabalho, sofre ainda
mais alguns controles: deve guardar uma certa harmonia de nível entre os
empregados no sentido de que algum deles não exceda em luxo aos colegas, e
sobretudo ao chefe. Porém, não há medidas para o bom gosto. Este não depende de
luxo nem precisa respeitar hierarquias.
O funcionário
irá vestir-se com o cuidado de não exceder em luxo, e também não usar um padrão
de roupas inferior ao da média do que usam os colegas. Não esnobar, nem ficar
por baixo Porém, não há limites para o bom gosto. Este não depende de luxo nem
precisa respeitar hierarquias. É uma boa idéia manter-se a roupa para uso no
trabalho sempre separada das que se usará para outros fins, em casa e na rua.
Roupa-de-trabalho, mulher. No trabalho, são consideradas inadequadas para a mulher roupas que são
coladas ao corpo, curtas e sem mangas, com decotes grandes ou em tecidos
transparentes ou brilhantes; a blusa deve ser opaca o bastante para esconder as
costuras e alças do sutiã. Tecidos grossos demais, certos conjuntos de jeans,
roupa de couro ou veludo, dão aparência de ineficiência e pouco dinamismo.
São mais
próprias roupas fartas, dentro do seu figurino, evitando cores baratas (preto,
marrom, ou coloridos ralos, de pouca tinta), como também estamparia de desenho
muito graúdo (grandes retângulos, grandes círculos, grandes folhas, etc.).
Roupa, sapatos
e bolsa de cor branca devem ser evitados nos meses frios ou nos dias chuvosos.
Salvo quando a
natureza do trabalho recomendar o contrário, é mais conservador e clássico o
uso de saias, em vez de calças compridas. Os caprichos da última moda sempre
parecem, inicialmente, extravagantes, e chocam as pessoas que não lêem revistas
francesas e italianas. Por isso não é uma boa idéia para a mulher, ser muito
vanguardeira em seus trajes de trabalho.
As meias
compridas são um acessório importante para a elegância, desde que não sejam
espessas e chamem atenção como se fossem meias ortopédicas.
Quanto a jóias
e bijuterias, no trabalho é conveniente usar o mínimo em tamanho e quantidade.
Brincos discretos e pequenos, cintos não muito largos, principalmente se forem
de couro cru ou cadeia de metais.
Certa vez fui
atendido em uma livraria pela própria dona da loja. Usava em uma das mãos um
anel com uma grande pedra, e na outra um chuveiro com cinco brilhantes de meio
quilate cada um. Elogiei a beleza da ametista, mas ela respondeu secamente:
"É um rubi." Abstive-me de comentários sobre os brilhantes, mas
pensei no quanto ela parecia ter vindo de uma grande noitada diretamente para sua
livraria.
Os sapatos
nunca são de plataforma alta, ou de salto muito alto; melhor que sejam
delicados e de salto médio, e estejam sempre limpos, assim como a bolsa. Se a
mulher tem que caminhar muito entre o local onde estaciona seu carro ou
desembarca do transporte coletivo, e o local do trabalho, não precisa estragar
pelas calçadas os sapatos de sua toilete. Pode utilizar um calçado robusto,
adequado para a caminhada, que não prejudique muito a sua elegância, e levar em
uma pequena sacola o par que usará no trabalho. Porém, usar para esse trajeto
um tenis e meias brancas e curtas – um costume das americanas que chama a
atenção em Nova York –, é um contraste muito desagradável de se ver.
Não é uma boa
idéia para a mulher, ser muito vanguardeira em seus trajes de trabalho, e
surpreender os colegas com as extravagâncias da última moda. Porém; usar roupas
velhas e muito fora de moda, e sapatos deformados e sujos, é igualmente ruim.
Roupa-de-trabalho, homem. Para o homem valem recomendações bem parecidas. O uso de paletó e
gravata é praticamente obrigatório como paramento da autoridade, tanto pública
como privada. O modo de vestir-se de uma autoridade é sempre conservador. Os
ternos são em cores escuras, listados ou não, a camisa branca, raramente azul
claro, com punhos simples ou duplos, sapatos clássicos, de laço ou de fivelas,
meias escuras e gravatas conservadoras. Tanto no governo quanto em empresas
privadas os funcionários do alto escalão de chefia, podem usar blazer, mantendo
a gravata. Em qualquer dos casos, a camisa a ser usada com o paletó é sempre de
mangas compridas. O punho deve ultrapassar a ponta da manga do paletó cerca de
1 a 1,5 cm, ficando cobertas as abotoaduras ou o botão do punho da camisa.
Esta, ao nível das assessorias, pode variar a cor, mantendo-se o bom gosto da
combinação; os sapatos podem ser mocassins com borlas.
Fora do
escalão das autoridades, públicas ou privadas, e das suas assessorias, os
homens comumente usam, no máximo, paletó esporte de cor e padrão discretos, com
gravata ,até apenas camisas de mangas curtas ou compridas com gravata, sem
paletó.. As camisas sociais coloridas, com colarinho e punhos brancos, são um
tanto pretensiosas e por isso o seu uso resvala para os limites do mau gosto, e
as camisetas de barras coloridas e tenis também não são recomendaveis..
Jalecos e acessórios. Os homens usam o jaleco sobre a camisa de gola com ou sem gravata, as
mulheres usam diretamente sobre o vestido ou blusa preferencialmente que tenham
gola . Ao sair do ambiente de trabalho, o jaleco ou o guarda-pó deve ser
despido, porque não é parte do traje social e sua função é restrita ao local da
atividade. Jalecos usados em consultórios, hospitais, laboratórios e oficinas
não interferem na vestimenta, exceto por dispensarem o paletó ou o blazer.
Os
suspensórios são pouco usados atualmente, e as calças vêm com alças para os
cintos. Se o homem prefere manter as calças em posição com o uso de
suspensórios, deve usar um cinto folgado para ocupar as alças, ou então mandar
removê-las, ou encomendar calças a um alfaiate, sem esse detalhe
Os jeans nunca
deixam de trair suas origens; ficam melhor para o trabalho no campo, no
quintal, ou no jardim e nas oficinas. Sequer para o trabalho em um atelier de
arte, um estúdio de fotografia, balcão de loja, ficam lá muito bem.
Não se usam
meias claras ou brancas com sapatos escuros. As meias nunca devem ser de cano
curto, pois deixam parte das pernas à vista quando o homem se senta. Sapatos
engraxados – não se deve dar chance a alguém de saber de onde o outro vem, pelo
barro nos seus sapatos –, roupas limpas e passadas, sem manchas, rasgos ou
falta de botões, é um mandamento básico.
Comportamento no ambiente de trabalho:
BOAS MANEIRAS NO ESCRITÓRIO
Todos os aspectos do comportamento humano têm
importância para a etiqueta. As normas da polidez não foram feitas para consumo
exclusivo dos amigos, ou do relacionamento social em festas e reuniões. Por
isso existem regras de boas maneiras regendo todo o ciclo de nossas vidas.
Se costumamos ser sempre bem-educados, por que os esforços nesse sentido cessariam nos escritórios? Apenas porque os homens estão entre os seus iguais? Ou porque a linha de conduta no trabalho faz parte de um sistema imutável e automatizado? Um sistema no qual homens e mulheres são apenas funcionários-máquinas, contratados para cumprirem determinado tipo de trabalho, sem tempo para perder com cortesia e amabilidades? Mas este é o tipo do conceito falso. Atualmente, o trabalho passou a ser fator essencial não só de sobrevivência, como de realização para homens e mulheres. Nessas circunstâncias, o comportamento nos setores profissionais tornou-se fundamental. O próprio sucesso chega a depender dele.
NORMAS PARA OS FUNCIONÁRIOS
- O cumprimento é obrigatório tanto ao chegar quanto ao sair do seu local de trabalho. Cumprimentar não quer dizer iniciar uma conversação. Um bom-dia dito num tom agradável e atencioso é mais do que suficiente para começar o seu dia de trabalho. Peça aos colegas notícias de suas famílias, mas evite as questões indiscretas.
- Evite falar dos seus problemas pessoais no escritório. Quando precisar faltar, ou tiver faltado, não invente doenças ou lutos, nem muito menos entre em confidências e detalhes sobre os seus planos para tal ou tal dia. Explique-se corretamente com o seu superior. Ele entenderá. Uma regra sobre toda: vida no escritório e a vida privada de cada um nada têm em comum. São inteiramente distintas e assim devem continuar.
- Prestar um serviço ou trocar amabilidades não nos torna íntimos, mas bem-educados. Pode-se ser polido e cordial sem perder a noção da distância entre superiores, inferiores e até entre iguais. Aliás, a posição ideal é de respeito mútuo. Uma atitude clara e franca entre os colegas dos dois sexos evita equívocos futuros.
- Procure ser pontual, atencioso e cordial. Não deixe passar as ocasiões de prestar pequenos serviços. A reciprocidade será uma conseqüência.
- Vista-se com discreta elegância. Sem exagero, mas sem desleixo. Se a apresentação pessoal é importante para você, o é muito mais para a organização onde trabalha.
- A discrição é a palavra de ordem, quer nas conversas surpreendidas involuntariamente, quer na correspondência de que é obrigado a tomar conhecimento, ou nos diálogos telefônicos, assuntos confidenciais etc.
- Não impeça os outros de trabalhar sob o pretexto de contar o filme visto na noite anterior, ou os seus projetos para o fim de semana.
- Não precisa levantar-se para os diversos chefes de seção que passam por sua mesa, a menos que se trate de um chefe na pessoa de uma senhora mais velha. Mas se é o diretor que se aproxima de sua mesa para transmitir-lhe uma ordem ou uma recomendação, não fique sentado como se fosse o seu superior. Levante-se e permaneça de pé, desde que não tenha uma cadeira para oferecer-lhe.
- Estando em desacordo com o seu superior, se a razão estiver do seu lado, não ceda por comodismo, ou por medo. Mantenha a sua posição, embora procurando não forçar a situação.
- Não adquira o hábito detestável de reclamar por tudo e por nada, nem muito menos faça comentários desagradáveis sobre a firma na qual trabalha e sobre o seu chefe, nem discuta as ordens recebidas. E não se irrite, nem se chateie por um simples não, ou por uma exigência a mais de trabalho. Não seja mal-humorado e procure tratar bem a todos para se tornar simpático e, em conseqüência, receber igual tratamento. É da tolerância e das boas maneiras que depende, além dos seus contatos com os colegas, a boa impressão que causará aos seus superiores, clientes e visitantes.
- Ao telefone, trate todos com igual cortesia, prestando as informações pedidas com clareza, sem demora e com entonação de voz agradá¬vel. Não faça os clientes esperarem sem um bom motivo e sem fornecer-lhes uma explicação razoável para a demora. E não remeta o cliente de uma seção para outra só porque decidiu que ele é um chato. E, sobretudo, quando o cliente se apresentar no escritório; no banco, ou na loja, por favor, abandone por um momento suas atividades ou o seu bate-papo com os colegas e dê prioridade ao atendimento do cliente. O papo ou o pequeno serviço de que se ocupava podem esperar um pouco.
OBSERVAÇÃO
Seria aconselhável que o(a) funcionário(a) desistisse, de uma vez por todas, de se colocar em oposição sistemática ao seu superior. Se permanecer nessa atitude negativa, tanto um como o outro estarão condenados a um fracasso que atingirá ambos. As boas maneiras, que não são outra coisa senão o respeito entre superiores e inferiores, são também o reconhecimento das funções de ambos. É um acordo para uma participação comum num trabalho coletivo do qual depende o sucesso de todos.
SE VOCÊ É O CHEFE
Ao chegar ao seu escritório não atravesse as salas, nem entre na sua própria sem cumprimentar a todos que for encontrando. E, por favor, não obrigue os funcionários a sentirem as diferenças de hierarquia, de situação material, ou de posição social. Há dificuldades suficientes na rotina das horas de trabalho em comum. Aceite cada um com as suas peculiaridades de comportamento, desde que os trabalhos corram satisfatoriamente. Não reclame o tempo todo e não conteste por hábito. Não demonstre o seu descontentamento com o andamento dos serviços usando como arma a ironia. Se houver necessidade de chamar a atenção, faça-o com respeito pela dignidade humana. Será uma chance a seu favor para resolver os desacertos e conquistar a estima de todos. A indecisão, as insinuações e a arrogância corroem a autoridade e projetam uma imagem medíocre e desfavorável de sua pessoa.
Por outro lado, nem a sua pressa, nem o seu cansaço, ou a sua posição superior devem impedi-lo de concluir o seu dia com uma palavra de estímulo para aqueles que o ajudaram a executar o seu trabalho.
Concluindo, qualquer que seja o seu lugar na administração pública, ou privada, hão force suas atitudes. Mantenha uma posição firme e coerente, porém compreensiva e calma (se possível). E, ao dar suas ordens, procure ser objetivo e claro sem impor suas determinações, ou os seus pontos de vista exclusivamente pessoais. Reconhecer os próprios enganos e aceitar sugestões é uma prova de inteligência. E que Deus ajude!”
Assim, pudemos
constatar que essas regras devem ser seguidas para proporcionar a todos o bom e
produtivo ambiente de trabalho.
2) Linguagem mais
adequada (formal / informal):
Com a família e os
amigos usamos uma linguagem mais descontraída, ou seja, uma linguagem informal ( também chamada coloquial). Com superiores hierárquicos usamos uma linguagem mais cuidada, ou
seja, uma linguagem formal. Assim, podemos concluir que diferentes contextos sociais e
comunicativos exigem diferentes linguagens.
Existe ainda, a
linguagem mais “técnica”, ou seja, aquela utilizada especificamente por
especialistas nos mais diversos ramos de
atividade, tais como: medicina, direito, economia, aviação, militar, etc.
É essencial que o
falante saiba adequar o seu discurso aos diferentes contextos comunicativos,
principalmente para garantir uma adequação linguística em contextos
profissionais e acadêmicos.
Linguagem
formal
A linguagem formal
pode ser nomeada também de registro formal. É usada quando não há
familiaridade entre os interlocutores da comunicação ou em situações que
requerem uma maior seriedade.
Características da linguagem formal:
•
Utilização rigorosa das normas gramaticais (norma
culta);
•
Pronúncia clara e correta das palavras;
•
Utilização de vocabulário rico e diversificado;
•
Registro cuidado, prestigiado, complexo e erudito.
Situações de uso da linguagem formal:
•
Em discursos públicos ou políticos;
•
Em salas de aula, conferências, palestras,
seminários, etc.;
•
Em exames e concursos públicos;
•
Em reuniões de trabalho e entrevista de emprego;
•
Em documentos oficiais, cartas, requerimentos,
etc.
Público-alvo da linguagem formal:
•
Superiores hierárquicos;
•
Autoridades religiosas, oficiais, políticas, etc;
•
Público alargado;
•
Público desconhecido.
Linguagem
informal
A linguagem informal
pode ser nomeada também de registro informal. É usada quando há familiaridade
entre os interlocutores da comunicação ou em situações descontraídas.
Características da linguagem informal:
•
Despreocupação relativamente ao uso de normas
gramaticais;
•
Utilização de vocabulário simples, expressões
populares e coloquialismos;
•
Utilização de gírias, palavrões, palavras
inventadas, onomatopeias, gestos, etc;
•
Uso de palavras abreviadas ou contraídas: cê, pra,
tá, etc;
•
Sujeita a variações regionais, culturais e
sociais;
•
Registro espontâneo e pouco prestigiado, por vezes
incorreto e desleixado.
Situações de uso da linguagem informal:
•
Conversas cotidianas;
•
Mensagens de celular;
•
Chat na Internet, etc.
Público-alvo da linguagem informal:
•
Familiares;
•
Amigos;
•
Colegas de trabalho, quando em momentos de
descontração, etc.
Linguagem
Técnica
A linguagem técnica
é utilizada por especialistas e/ou profissionais que, diante das
especificidades das áreas de atuação, necessitam utilizar o linguajar técnico
adequado para “padronização” do entendimento entre eles, eliminando riscos de
interpretação inadequada e/ou distorcida.
Muitas vezes, o
“leigo” não tem a plena compreensão do significado da linguagem técnica e pode
interpretá-la de modo inadequado. Por exemplo, quando no Direito se diz que um
juiz é “incompetente”, não se trata de ofensa. O sentido não é o literal (de
incapaz, inapto), mas sim, tecnicamente que “não compete a ele atuar” em tal
causa por um ou outro impedimento legal.
Esta linguagem é,
essencialmente, uma linguagem de uso PROFISSIONAL, destinada a um público
técnico especializado.
3)
Cumprimento de normas de conduta (formais, informais, costumes):
A importância do
cumprimento de normas de conduta, quer sejam formais, informais e relativa aos
costumes, é a de preservar a boa convivência social e profissional.
Ora, não seria falta
de “educação” e, mesmo, de companheirismo o não cumprimento de horários? Claro
que sim.
Quando deixamos de
cumprir, por exemplo, o horário para início de uma reunião, estamos
desrespeitando os demais colegas que se esforçaram para chegar no momento certo.
É lógico que existem situações excepcionais que podem vir a justificar um
atraso, mas são elas minoria.
Quantas vezes, como
no exemplo acima, nós mesmos já presenciamos que, após 10 ou 15 minutos do
início de uma reunião, chega algum “retardatário” (às vezes, sempre o mesmo…),
e o que já foi dito e discutido, tem que ser novamente reapresentado. Isso
causa prejuízo a todos os envolvidos e descontentamento para com aqueles que
não cumpriram suas obrigações.
É necessário sempre
pensarmos no coletivo e, quanto nossa atitude “individual” afeta o “todo”.
São pequenas ações
do dia-a-dia que nos levam a criar ambiente de trabalho melhores. O mesmo se
aplica em nossas relações familiares e com os amigos.
Hoje não se admite
mais que uma empresa ou o Poder Público deixem de cumprir regras. Isso afeta
diretamente a gestão e pode criar passivos para o futuro.
A
questão que se coloca dentre outras por exemplo, é qual a importância de se ter
uma empresa/órgão público legalmente correto e juridicamente saudável e que
custo pode ser pago por uma postura negligente nesse sentido por parte de seus
funcionários/servidores.
Estar
juridicamente saudável é cumprir obrigações jurídicas, exercendo direitos
também dentro da legalidade. Não se trata de aceitar
passivamente imposições, ainda que com base legal, quando estas contrariarem
princípios jurídicos e constitucionais consagrados.
A maior dificuldade
no controle da saúde jurídica/institucional de uma empresa ou órgão público
reside no fato, aparentemente óbvio, de que as mesmas são formadas por
pessoas. E, são essas pessoas que praticam as ações do dia-a-dia.
Uma corporação,
empresa ou órgão público pode ser rigorosa no cumprimento de suas obrigações a
ainda assim se ver envolvida em problemas por ações isoladas de empregados,
funcionários, fornecedores ou colaboradores.
Problemas que
representam não somente um custo direto, mas muitas vezes danos à imagem, com
todos os efeitos daí decorrentes: queda no valor das ações, antipatia do
mercado consumidor, investidores e órgãos públicos, antipatia por parte dos
usuários dos serviços públicos, etc.
Uma empresa ou órgão
público com responsabilidade ambiental rígida, por exemplo, pode ter problemas
porque um único empregado deixou de cumprir normas internas que já conhecia,
gerando com isso a possibilidade de multa/punição ao Poder Público respectivo.
Um servidor que
atenda mal a um cidadão/contribuinte, o ofenda ou negligencie, pode gerar um
passivo relativo a eventual ação indenizatória.
Em algumas empresas
e também em setores públicos, equipes de trabalho cumprem metas de negócios
previamente estabelecidas. No entanto, às vezes estão, na verdade, implantando
verdadeiras bombas-relógio na estrutura da corporação pois, entre atingir uma meta
de curto prazo e respeitar normas internas/legais (que às vezes não são
devidamente absolvidas por quem não tem uma visão mais ampla do negócio/poder
público), pode-se tomar uma má decisão e deixar a corporação/órgão público em
situação delicada. É o caso, por exemplo, de prescindir-se de realizar uma
licitação para dar mais “celeridade” a determinada obra/serviço...
Assim, fazer do
cumprimento das normas/regras de conduta uma meta tão importante quanto
faturamento para as empresas e bom atendimento para a população (serviços
públicos) são elementos que devem ser
incorporados à cultura de empresas e do órgãos públicos.
O ideal é que
periodicamente procedimentos internos sejam reavaliados, porque normas e
pessoas mudam a cada dia e, há a necessidade conscientização dos
funcionários/empregados para a observância de atualização/alteração de normas
legais, morais, culturais no dia-a-dia do serviço público ou das empresas.
Mesmo o cumprimento
de normas informais deve ser perseguido, bem como o, deve-se preservar o
respeito aos costumes, a fim de que se evitem conflitos internos entre
funcionários (e desgastes desnecessários na própria equipe), bem como, não
ocorram contendas com o público em geral.
Em linhas gerais, se
existem normas de conduta, elas existem por razões diversas e foram construídas
ao longo do desenvolvimento de nossa sociedade. Não estão por aí por mero
“acaso” e devem sempre ser consideradas.
7) O grupo 7 nos presenteou com uma apresentação teatral: situação de comportamental em que um profissional da secretaria, mesmo com razão acaba destratando a mãe e a aluna, depois, a mesma situação com o tratamento adequado. Mostrando como podemos executar o correto sem perder o norte do bom atendimento, e da empatia.
8) O grupo 8 realizou reflexões sobre o bom comportamento, principalmente no ambiente de trabalho, em breve será publicado.
9) O grupo 9 realizou uma dinâmica com o objetivo de trabalho coletivo em prol da colaboração e não da competição. Outro ponto da dinâmica é a questão da escuta e da reflexão sobre seu entendimento. De maneira prática, sintetizou muito do que discutimos durante os dois encontros.
O pedido era para que os participantes tentassem manter seus balões cheios para ganharem um prêmio, e não foi dado o comando para estourarem os balões dos colegas: vamos observar o que ocorreu.
b) Contribuições de uma especialista em consultoria de imagem: Professora Mônica Zaher
O texto cedido gentilmente pela autora, auxiliará no momento de ampliação dos estudantes em relação ao que discutimos, ao que pesquisaram e as demais teorias apresentadas pelo professor.
c) Pesquisa do professor
O que é estar na
moda quando falamos de comportamento?
A equipe técnica de Lençóis Paulista aceitou o convite
para reflexão e certamente estiveram na moda quando o assunto é estudo coletivo.
Em dois encontros de quatro horas/aula cada refletimos sobre os comportamentos
sociais que nos chocam na atualidade em diversas situações e ambientes. Muitas
vivências foram apresentadas como exemplos de mudanças e de ações que devemos
valorizar, mas a reflexão para a autorrealização e para a composição de planos
de vida coerentes culminam no significado do comportamento, ou seja, as
adequações para melhor percorremos os caminhos do dia a dia para o alcance de
objetivos maiores.
Neste contexto, a abordagem das habilidades e
competências no século XXI podem auxiliar na composição de conceito sobre as metodologias
que podemos utilizar no sentido de construção de pensamentos e atitudes
pertinentes.
De
fato, saber pensar aplica-se a todos os conteúdos, enquanto não parece ser
conteúdo. Essa visão é inadequada, quando interpõe dicotomia, já que, na
prática, conteúdos e habilidades fazem parte de um todo só, por mais que
distinções lógicas sempre caibam. Quando alguém oferece um curso de “saber
pensar” ou coisa parecida, toma o saber pensar como “conteúdo”, assim como quem
elabora livros sobre metodologia científica toma-a como conteúdo. (DEMO,
2012, p. 8)
Posto isso, relaciono o conteúdo de nosso curso com o “saber
pensar” em relação às situações comportamentais e o foco nos objetivos maiores,
estes, relacionados com o plano de vida e os aportes de autorrealização, como
veremos adiante. Os pontos relacionados aos objetivos de estudo foram
solicitados aos alunos por meio de pesquisa, desta forma solicitaram o
pensamento individual e coletivo, bem como a sistematização destes produtos
para a apresentação aos colegas no dia de fechamento do curso.
A intenção de confronto com a prática para o
levantamento de hipóteses dentro de cada especificidade de atuação dos
profissionais envolvidos e suas rotinas na secretaria de educação e nas unidades
escolares, ou seja, a função didática do confronto com suas realidades, com os
fatos que vivenciaram e outros tantos que virão. O estudo como fonte de
descoberta e de reflexão, e não como ato mecânico de regras ditadas em
cartilha, pois a prática contribui intencionalmente para o desenvolvimento de
habilidade, enquanto apresentações de teorias de maneira expositiva podem
atingir habilidades básicas.
A reconstrução de hipóteses de trabalho não é somente
uma lide teórica, pois é influenciada decisivamente pela prática. Tomamos,
assim, “saber pensar” como habilidade/competência de analisar e mudar a
realidade. Analisar teoricamente tem apenas uma precedência lógica: para mudar
é preciso saber do que se trata. (DEMO, 2012, p. 11)
Portanto, a habilidade desejada neste curso é o hábito
do estudo/reflexivo por meio de um propósito: a publicação perante os colegas
de trabalho, além do importante aporte de fazer/coletivo, ou seja, aprender a
construir com o outro, neste processo e como fonte para processos futuros. Tomando,
como suposto, a dificuldade deste comportamento em relação ao
fazer/profissional na atualidade, em contextos como: atendimento nas
secretarias escolares, aos pares na secretaria de educação e o fazer entre
departamentos específicos. Também no contexto de vida em sociedade, no
cotidiano dos lares, atividades de lazer e outros espaços públicos.
No
entanto, pode-se entender bem a ideia de aprender a aprender como habilidade,
quando associada à aprendizagem permanente e ao manejo de conteúdos não
restrito à memorização, mas implicando igualmente a capacidade de manter-se
aprendendo sempre (renovar os conteúdos). (DEMO, 2012, p. 12)
DEMO (2012) classifica de factotum (do latim, faz tudo), como aquela figura que alguém
procura em um condomínio para resolver todos, ou quase todos os problemas: fato
que podemos, talvez, associar ao fazer de um secretario no ambiente escolar. No
entanto, além do encaminhamento da pró-atividade, tomamos como base de experiência
a assertividade de divisão das decisões e das ações, ou seja, há pertinência em
dividir com os colegas atendimentos no ambiente escolar, principalmente quando
envolvem situações fora do contexto da normalidade: comportamentais e disciplinares.
Justificando o estudo coletivo, os mementos de especialização são tratamentos
necessário, e não exclusivos, que contribuem para a melhoria do desempenho
profissional, e talvez, do desempenho para o atingimento de metas pessoais
maiores.
Um
factotum pode melhorar muito ao fazer
um curso pertinente de mecânica, ou algo similar, assim como um violinista nato
pode abrilhantar ainda mais sua performance ao tornar-se expert em seu ramo. (DEMO, 2012, p. 14)
Longe de descartarmos a necessidade da educação
formal, os momentos de estudo continuado são relatados por DEMO (2012) como a
capacidade de desconstruir e reconstruir em constantes renovações de
habilidades e competências. O que o autor chama de aprendizagem permanente: sem
previsão de conclusão, mas com intenção de construções permanentes e ligadas ao
“saber pensar”.
Quando nos aproximamos do objeto “comportamento” o
autor destaca as habilidades pessoais, tal como as de comunicação,
autorrealização e a espiritualidade.
Entre
as habilidades pessoais contam-se também as de comunicação (apresentar-se,
verbalizar pretensões, comunicar-se com linguagem adequada, entender informação
e comunicação), autorrealização (formulação e prática de projeto próprio de
desenvolvimento pessoal e social), espiritualidade (expressão mais complexa e
completa de mente e corpo, sem aderir necessariamente a religiões especificas).
(DEMO, 2012, p.21)
Muito do que foi pesquisado pelos estudantes convergem
com as ideias do autor, inclusive as demais competências como a política, a
persuasiva, a ideológica entre outras, porém o importante é a construção deste
processo por meio de caminhos individuais e coletivos, ou seja, como o
comportamento auxilia na busca por objetivos maiores e como podem refletir de
maneira positiva ou negativa neste caminho. Na implicação de novas formas de
comunicação, comportamentos e maneiras de atuação social, as pesquisas
apresentadas, também foram diversificadas em produtos apresentados: teatro,
cartazes, textos, apresentações, vídeos, blogues e dinâmicas.
[...] a começar pela necessidade de superar o modelo
tradicional relativo ao texto impresso em favor de textos mais voltados para a
imagem, em especial animada. (KRESS; LEEUWEN, 2005 apud DEMO, 2012, p. 29).
No tocante ao processo de autorrealização refletimos sobre
MASLOW (1970), com base na “Hierarquia das Necessiades Humanas” e nos processos
de latência destas necessidades: fisiológica, segurança, sociais, autoconfiança
e, por fim, a autorrealização. Estabelecemos relação entre a existência de cada
necessidade ao longo da vida, e por consequência da evidente latência de cada
uma delas em fases diferentes da vida. Neste contexto, abordamos o sentido de
plenitude, de alcance de patamares desejados em relação à muitos planos
pessoais e sociais, como por exemplo: profissional, familiar, financeiro e
cultural. Entendemos o processo de construção dos caminhos para a
autorrealização, não como plenitude, mas como parte dela, ou seja, como
processos de conquistas, as quais, talvez se sobreponham. Por fim, o
importante, ponto de reflexão sobre a importância do comportamento em relação à
condição para o processo que se objetiva, tanto no campo individual, como o no
campo coletivo, pois o fazer coletivo, as regras, os pré-requisitos para o convívio
e os padrões de comunicação serão, acreditamos que sempre, solicitados.
Portanto, entendemos a necessidade das qualidades
humanas tanto em relação à razão (pensamento), quanto em relação às emoções e
nos contextos de individualidade e convivência. PÉREZ GÓMEZ (2015) trata da
capacidade de aprender, desaprender e voltar a aprender, e ainda a capacidade
de evitar separar as emoções como forma de racionalidade, de controle. A
empatia também é tratada pelo autor, assim como tratamos durante o curso, e
talvez não como forma de literalmente se colocar no lugar do outro, mas de
tentar compreender e imaginar o que se passa com o outro em diversas situações.
Aprender,
desaprender e voltar a aprender, evitar a separação das emoções e da razão,
atender o território do inconsciente, sondar o vazio do desconhecido, ou seja,
para facilitar a educação do indivíduo completo requer, obviamente, uma nova
racionalidade para a escola. Uma racionalidade mais profunda e complexa, que
saiba tirar proveito dos novos conhecimentos sobre o funcionamento do cérebro
como instância, em grande parte, inconsciente, emocional, “incorporada”, que é
movida principalmente pela empatia, com representações não objetivas e
universais, mas metafóricas, analógicas e narrativas, que funciona longe da
relação consciente-inconsciente, em permanente diálogo entre o córtex “reflexivo”
(pensamento) e a amígdala “reflexa” (emoções). (PÉREZ GÓMEZ,
2015, p. 71)
Outros pontos importantes, segundo o autor, são
relacionados ao processo que favorecem a empatia, entendem a ligação de razão e
emoção de maneira indissociável, cuidem das construções sociais em relação aos
conceitos, ideologias e crenças, das interações e seus hábitos de tomada de consciência
e a aprendizagem como processo contínuo. Posto isso, entendemos o exercício de
construção coletiva com liberdade de pesquisa, ao menos em sua forma, como necessidade
de estudo e não mais como possiblidade apenas, pois nestas ações haverá suposta
presença de todas as vertentes da empatia, das emoções e do relacionamento de
conceitos, ideologias e crenças, as quais, devem ser postas em processos de adequação,
neste momento, para o alcance de um objetivo.
Retomando o pensamento da autorrealização, e para além
do estudo sobre o comportamento, tratamos dos projetos de vida e das
competências como forma de ir ao encontro de tais objetivos projetados. DEMO
(2012) trata das habilidades e suas mutações contemporâneas, ou mesmo desde
sempre, pois dependem de contextos sociais, da vida cotidiana, MASLOW (1970)
elenca o querer como ponto de necessidade e também destaca as necessidades de
convívio social e PÉREZ GÓMEZ (2015) atende as mutações das habilidades e busca
a competência em sentido complexo, envolvendo os sentimentos, técnicas, valores
éticos, conhecimento teórico e o pensamento.
Estamos cercados de informações, de muita informação,
de tal forma que necessitamos trata-las de maneira adequada, com os tempos de
entendimento para o pensamento prévio da ação. PÉREZ GÓMEZ (2015) destaca não só a
informação, mas uma série de ações: utilizar o conhecimento de forma crítica e
criativa, aprender a viver em grupos humanos cada vez mais heterogêneos, atuar
com respeito, compreensão e empatia, a cooperação e o trabalho em grupo, o compromisso
com a ética, a política e a justiça social, a capacidade de pensar, viver e
agir com autonomia, conhecer a si mesmo, entre outras habilidades e
competências que merecem maior leitura e novos momentos de estudo. No entanto,
estudamos sobre a “construção do próprio projeto de vida” (PÉREZ GÓMEZ, p.
90-91) e isso converge com todos os aspectos maiores de nossas intenções, pois
se para alcançar meus objetivos maiores (autorrealização) necessito da vida em
sociedade, logo, minhas ações refletirão diretamente nas facilidades,
dificuldades, oportunidades e impossibilidades de caminho para tal. Portanto,
uma questão para reflexão constante.
Referências Bibliográficas
DEMO, Pedro.
Habilidades e competências no século XXI. 3ª Ed. Editora Mediação. Porto
Alegre, 2012.
MASLOW,
Abraham H. Motivation and personality. 2ª Ed. Harper and Row. New York,
1970.
PÉREZ GÓMEZ, Ángel I. Educação na era digital: a escola educativa. Editora Penso. Porto
Alegre, 2015.
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