Esta sequência apoiará o relato de prática que será apresentado no V Seminário Web Currículo: Educação e Cultura Digital realizado pela PUC - SP, no dia 17/10/2017 entre 13:30 horas e 15:00 horas na sala 201, segundo as orientações dos organizadores.
O estudo é oriundo da pesquisa "Formação de Coordenadores Pedagógicos e o uso de tecnologias educacionais: percepções e significados" realizada para o programa de Mestrado em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Presbiteriana Mackenzie e sob orientação da Professora Doutora Claudia Coelho Hardagh. Neste sentido, é necessário ampliar o contexto dos estudos atuais do grupo de pesquisa Convergência, coordenado pela professora, que estuda formas de desenvolvimento didático para acesso e apropriação das tecnologias como recurso possível.
Nesta sequência publicamos os trechos de conversas no grupo "Estudos" criado e mantido para o curso para Coordenadores Pedagógicos (totalizando vinte e seis participantes) que ocorreu na Rede Municipal de Ensino de Peruíbe de setembro a dezembro de 2016. Posto o loco da pesquisa, ampliamos para o sentido desta observação: como ocorreu a utilização do aplicativo WhatsApp no sentido de portfólio digital, no recorte apresentado?
Nosso propósito, de responder à proposição, em relação ao processo de comunicação ocorrido neste recorte da pesquisa, começa pelo esclarecimento de comunicação mediada e indireta, que segundo BESSA (2006) ocorre quando autor e leitor não ocupam o mesmo espaço e o mesmo tempo, mesmo havendo alternâncias e possibilidades múltiplas. Neste sentido, utilizamos o aplicativo como caixa para o ambiente de organização do portfólio.
Os portfólios, que segundo ALVARENGA (2006) representam o conjunto de atividades de um profissional em determinado período, são utilizados frequentemente no ambiente educacional, com predominância no ensino infantil como forma de organização do trabalho do aluno no período do ano letivo. No entanto, as funções deste gênero tomam diversas formas didáticas, e uma delas está relacionada com os momentos de troca e autoavaliação do educador.
Portanto, nossa intenção de utilização do ambiente digital via aplicativo foi de observação do portfólio coletivo construído de maneira livre pelos coordenadores participantes do curso e pelos professores-formadores. A ampliação deste sentido está nas possibilidade de autoavaliação dos participantes e na construção de caminhos dinâmicos para trocas e possibilidades de construções múltiplas.
Posto isso, apresentamos o resultado (cópias das publicações) selecionadas do ambiente grupo "Estudos" com os seguintes critérios: identificação de compartilhamentos e ampliação de estudo com relação ao
curso; publicações de ações com os alunos nas unidades escolares; publicações dos momentos de formação continuada com os professores nas
escolas.
O documento está apresentado exatamente como foi entregue ao comitê de avaliação do seminário e apenas complementa o resumo do estudo que será aplicado nos anais do evento, para que os participantes possam acessar este portfólio digital de maneira mais tangível.
ANEXO I
SEQUÊNCIAS DE ANÁLISES DE PUBLICAÇÕES NO GRUPO DE WHATSAPP “Estudos” dos Coordenadores
Pedagógicos da Rede Municipal de Ensino de Peruíbe.
Sequência
1 – Identificação de compartilhamentos e ampliação de estudo com relação ao
curso
FONTE: Grupo "Estudos"
Neste recorte, notamos situações de trocas em relação aos conteúdos estudados no curso, como a ampliação da temática e possibilidades com aplicativos classificados como educacionais, após avaliação do grupo, e das formas de utilização dos aplicativos na escola, como as projeções e aparelhos que podem realizar este processo.
Houve ampliação da pesquisa em relação aos momentos de avaliação de outros especialistas, preços e possibilidades de aquisição. Também ampliaram o sentido de estudo com a troca de informações sobre outros cursos e da publicação do momento de estudo dos pequenos grupos.
Julgamos importante destacar que os chamados "pequenos grupos" foram formados seguindo os estudos de AEBLI (1971) na indicação de momentos de estudo coletivo com proposta de discussão e reflexão, e que ainda apesar da indicação de grupos com três participantes como ideal cedemos de acordo com a organização de proximidade entre os pares, com relação aos deslocamentos e horários de encontro fora dos momentos presenciais do curso.
Sequência
2 – Publicações de ações com os alunos nas unidades escolares
FONTE: Grupo "Estudos"
Em relação ao rol de publicações sobre aplicações com os alunos, que envolviam a rotina e projetos realizados notamos situações importantes, no sentido didático e da função de acompanhamento e suporte aos encaminhamentos pedagógicos, funções dos coordenadores previstas no edital de concurso público e na pesquisa de DOMINGUES (2014).
Quanto aos encaminhamentos didáticos destacamos: as paredes da escola como espaço de publicação dos alunos; a promoção do corpo técnico como os adjuntos (ADIs) nas atividades didáticas pertinentes aos cursos; a utilização do texto imagético e das técnicas artísticas para a composição dos alunos e o resgate dos momentos de sondagem para os caminhos significativos dos assuntos nas sequências didáticas.
Neste sentido, houve caminho para a construção de portfólio coletivo com possibilidades de reflexão e para caminhos de significado da publicação, ou seja, notamos no diário de campo dos professores-formadores percepções de função didática na possibilidade de divulgação de práticas. Criou-se um ambiente onde o público reagia ao portfólio, sem a intenção de mensurar quantidades, mas de apontar reações qualitativas.
Sequência
3 – Publicações dos momentos de formação continuada com os professores nas
escolas
FONTE: Grupo "Estudos"
Precisamos destacar que o estudo sobre as possibilidades do gênero "mapas conceituais" partiu do curso realizado com os coordenadores, e abordamos a teoria por meio de artigos científicos, tais como AGUIAR; CORREIA (2013) que tratam da função do estudo por meio do gênero e os tipos de mapas para diversas intenções didáticas.
Após o estudo da teoria, praticamos a confecção dos mapas referentes aos nossos estudos no curso com o software "MINDOMO (ferramenta de edição de mapas conceituais online), e por este motivo eles relatam que fizeram adaptações, obviamente que tudo envolveu tecnologia e conhecimento técnico,e neste sentido vemos a aplicação no curso do Pacto Nacional para a Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) como muito produtiva.
Alguns pontos são de extrema valia para nosso objeto, pois além de utilizarem o WhatsApp como espaço para portfólio, geraram interesse no estudo que propuseram aos professores e neste momento como professores-formadores, e para além dos relatos de encaminhamentos bem sucedidos podemos relatar a satisfação que tivemos com estes momentos de publicação. Claro que enxergamos o recorte e o compromisso em aceitar a variação iminente de resultados em outras aplicações, pois uma das premissas que certamente interferirão nesta prática será o acolhimento, a empatia e a geração de ambientes propícios aos contextos de troca.
Considerações
Houve utilização do aplicativo no sentido de construção de portfólio digital, no entanto sua adesão não foi unanime, pois metade dos participantes não publicou experiências. Todavia, notamos riqueza nas funções didáticas observadas e nos relatos de alguns participantes, todos colhidos do ambiente estudado.
O grupo "Estudos" permanece ativo atualmente e ainda recebe publicações, mas no sentido de ideias e assuntos gerais. Pertinente informarmos que não há mediação das publicações que são livres e de teor escolhido pelo autor. Neste sentido, os relatos mais pertinentes ao recorte ocorreram enquanto o curso era vigente, sem comprometer a importância do canal relatado como fonte de troca.
Ampliando a função deste estudo, e compondo reflexões para a pesquisa originária destacamos a função dos "multiletramentos" aponta por ROJO (2012) no sentido de colaboração, socialização e a hibridização de modos, mídias e culturas. Neste sentido, para os coordenadores pedagógicos e para os professores-formadores as possibilidades de vivenciar e aplicar trazem desenvolvimento de conhecimentos e habilidades, além da significação do uso do recurso.
Por fim, certos de que há inúmeras possibilidades de leituras e ampliação de significado, sobretudo em um recorte de pesquisa qualitativa, destacamos com base no diário de campo a importante reflexão do tempo de aplicação, apropriação e utilização de um artefato, uma vez que, provavelmente está em transformação para a intenção, no sentido de finalidade de uso, e em contextos de fusão entre tecnologia, artefato e conhecimento.
Referências
AEBLI, H. Didática psicológica: aplicação à
didática da psicologia de Jean Piaget. São Paulo: Companhia Editora
Nacional,1971.
AGUIAR, Joana Guilares de; CORREIA,
Paulo Rogério Miranda. Como fazer bons mapas conceituais? Estabelecendo
parâmetros de referências e propondo atividades de treinamento. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação
em Ciências. Vol. 13, n. 2, 2013.
ALVARENGA, G.M. et al. Portfolio: conceitos básicos e indicações para utilização.
Universidade Estadual de Londrina\Paraná-Brasil. Estudos em Avaliação Educacional,
v. 17, n. 33, pp. 137-145. jan./abr. 2006.
BESSA, Dante Diniz. Teorias da comunicação. Brasília. Universidade de Brasília, 2006.
DOMINGUES, Isaneide. O coordenador pedagógico e a formação
continuada do docente na escola. 1ª Edição. Editora Cortez. São Paulo,
2014.
ROJO, Roxane. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e linguagens na escola. In: ROJO, Roxane; MOURA, Eduardo (Organizadores). Multiletramentos na escola. São Paulo. Parábola Editorial, 2012.
Nota: O código "QR Code" disponível abaixo, servirá como forma de socialização e será compartilhado com os pesquisadores presentes no relato de prática. Também, como forma de ampliação e realização de caminho inverso levaremos a sequência de publicações no aplicativo impressas e organizadas como varal, de comum utilização nas escolas.
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